Nesta segunda edição de "Na Cadeira do Editor", tivemos o prazer de conversar com Alex Jackson, que compartilhou conosco sua rica trajetória como videomaker profissional. Um diálogo interessante e cativante que temos o prazer de compartilhar com você.

TRAJETÓRIA & PROJETOS

Pode se apresentar em algumas palavras?

Claro! Sou videomaker profissional há oito anos. Trabalhei em uma grande variedade de projetos para diferentes clientes. Há três ou quatro anos, lancei meu canal no YouTube para compartilhar dicas sobre criação de vídeos, edição e como viver dessa paixão. Nos últimos dois anos, concentrei-me em tempo integral no YouTube e desenvolvi uma formação completa sobre DaVinci Resolve, que inclui 10 módulos - abordamos realmente todos os aspectos do software.

Como você começou no mundo do vídeo e qual foi sua trajetória até aqui?

No começo, não tinha uma direção precisa; não fazia ideia do que queria fazer no futuro. Então, me voltei para estudos gerais em multimídia e comunicação. Foi no final dos meus estudos que percebi que tinha uma necessidade criativa, precisava expressar certas coisas através do meu trabalho. E eu sabia que isso não poderia ser suprido por um trabalho de escritório. Recusei uma oportunidade promissora de estágio para me lançar como freelancer, o que foi difícil no começo. Muita gente não entendeu minha decisão, e eu mesmo - me arrependi bastante e tive dificuldades no início. Felizmente, com o tempo, consegui construir uma base de clientes, especialmente graças à minha rede escolar.

Por que você começou no YouTube e quais eram suas motivações?

Quando comecei no YouTube, foi meio para superar o síndrome do impostor. Queria compartilhar, mostrar às pessoas que também tinha algo a oferecer. No começo, não levava o YouTube a sério, nem era regular. Comecei realmente no YouTube há 4 anos, e isso acabou ajudando muita gente. Foi com o tempo e a regularidade que meu canal realmente decolou, e agora estou onde estou.

Qual é o projeto do qual você mais se orgulha?

É verdade que nesse ramo somos levados a viver experiências incríveis e isso também nos permite viajar muito. Aliás, uma das filmagens mais marcantes foi na floresta amazônica, onde estávamos 7 dias em imersão durante a estação das chuvas. Uma filmagem difícil fisicamente, mas também pelas restrições materiais: umidade, carregamento, etc.

No final, o projeto do qual mais me orgulho é um projeto com meu pai. Tinha uma ideia de vídeo um pouco criativa e humorística onde queria destacar um simples calço de madeira. O objetivo era fazer um vídeo criativo em torno de um objeto do cotidiano, completamente banal. Passei o dia com meu pai em sua oficina para fazer as diferentes filmagens, foi mesmo muito legal compartilhar esse momento com ele. No final, é um vídeo que teve muito impacto nas pessoas, porque elas percebem que não precisamos ir para o outro lado do mundo para fazer belos vídeos. Podemos fazer isso em casa com uma ideia bacana, uma bela iluminação e uma boa narrativa.

FERRAMENTAS & TÉCNICAS

Existe alguma técnica ou ferramenta de edição que você considera essencial?

Para mim, descobrir a colorimetria no DaVinci Resolve foi uma revelação. Descobri um universo que não conhecia - no Premiere Pro, as ferramentas de colorimetria são mais básicas comparadas às do DaVinci, como o sistema de nós, que se tornaram essenciais no meu cotidiano. Posso passar horas fazendo testes e ainda hoje sinto que tenho muito a aprender. Sonho em conhecer coloristas profissionais que trabalharam para grandes redes e que me mostrem suas técnicas. Descobri uma nova paixão pela colorimetria há 2 anos.

Como o AutoCut se integra ao seu fluxo de trabalho?

Então, uma pequena história, já era usuário do AutoCut no Premiere Pro. Quando o descobri na época, mudou completamente meu dia a dia de editor, especialmente para meus vídeos do YouTube. Mas dois anos atrás, decidi mudar para o DaVinci Resolve e tive a má surpresa de ver que o AutoCut não existia lá. Tentei procurar plugins semelhantes, mas sem sucesso - me conformei e fiz isso manualmente por 2 anos. Hoje, o fato de que o AutoCut está agora no DaVinci mudou novamente meu dia a dia. Para mim, é realmente a ferramenta mais importante e a que mais nos ajuda, a mim e à minha equipe.

Na sua opinião, como a edição de vídeo evoluiu nos últimos anos e qual o papel da IA nessa evolução?

Recentemente, é verdade que muitas IAs chegaram na edição, e para mim é 50/50. Algumas IAs trazem ferramentas que tornam certas tarefas muito mais rápidas, como o recorte ou a sugestão de ideias com o ChatGPT. Mas também impacta nosso trabalho em termos de autenticidade e criatividade humana - especialmente com o Sora, que permite criar um vídeo que não existe. Acho que teremos que aprender a evoluir com isso e estou bastante confiante, especialmente no lado emocional, que as IAs ainda têm muita dificuldade em replicar.

Que conselho você daria a alguém que deseja começar no vídeo e na edição hoje?

Não pensem que não há mais espaço no ramo. É verdade que é uma profissão em constante evolução e que cada vez mais pessoas estão se lançando, mas não pensem que não há mais espaço. Certamente há cada vez mais criadores, mas também há mais demanda. A demanda por conteúdo em vídeo, especialmente para redes sociais, não para de crescer. Acho que isso não vai acabar tão cedo, quando olhamos para o Instagram, que era originalmente uma rede puramente de fotos e agora tende a destacar o conteúdo em vídeo - percebemos rapidamente o interesse pela criação de vídeo. Então sim, não hesitem em se lançar, especialmente se isso for feito com paixão!

PAIXÕES & INSPIRAÇÕES

Vimos que você esteve recentemente na Namíbia. O que as viagens trazem à sua criação de conteúdo?

É uma pergunta do momento justamente. O inverno é sempre um período complicado para criadores e videomakers: falta de luz, mau tempo, frio. E é realmente difícil se motivar, entramos em um ciclo onde perdemos essa motivação e criatividade - eu mesmo. Viajar sempre me dá uma enorme dose de inspiração, seja pelas paisagens ou pela cultura. Quando cheguei à Namíbia, me deparei com uma luz incrível, paisagens que nunca tinha visto na vida, e queria parar a cada 10 minutos para fazer filmagens. Então, sim, as viagens ajudam muito no nosso trabalho para produzir belas imagens, mas é preciso ter em mente que não precisamos ir para o outro lado do mundo. Mesmo as escapadas locais, ir a 1 hora de casa, podem ajudar a reviver a criatividade.

Além da edição de vídeo, qual é sua paixão secreta?

Tenho muitas paixões, esse é o problema. Sou um grande apaixonado por esportes, especialmente basquete. Queria, aliás, fazer disso uma carreira, mas muitas coisas me fizeram ver que não deveria - especialmente lesões e os sacrifícios que vêm com isso.

Ao lado disso, também sou um fã de música, fiz muito piano e bateria. Toquei em uma banda por 7 anos e até dei aulas de bateria. Aliás, uma outra paixão em que pensei em fazer carreira, e no final estou realmente feliz hoje em ter uma profissão que me permite explorar esse lado musical. O vídeo está intimamente ligado à música para criar emoção, e aliás um dos meus projetos para o próximo ano seria fazer um vídeo de viagem onde posso compor minha música e tocar sobre ela.

Se você pudesse propor uma nova funcionalidade para o AutoCut, qual seria?

É realmente difícil porque já existem tantas ferramentas hoje. Mas há uma ferramenta no PPro e ainda não presente no DaVinci, talvez o AutoCut possa revolucionar nisso haha. É uma ferramenta que permitiria alongar ou encurtar uma música de forma fluida e automática, mantendo o ritmo e as medidas. Isso simplificaria muito a edição musical, é algo que espero bastante no DaVinci.

Obrigado pela entrevista e por suas partilhas! Você pode encontrar Alex em suas redes:

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